2022-10-27

dstelecom entra no mar para monitorizar a Terra


Acaba de lançar em Troia o primeiro protótipo do projeto K2D, que visa a criação de um cabo inteligente como "um produto diferenciador e de valor acrescentado, que ainda não existe a nível mundial, garante o braço de telecomunicações do grupo cujo contrato de compra da Efacec ao Estado está mergulhado no suspense.

Com o presidente da DST, José Teixeira a optar pelo silêncio sobre o desfecho da operação Efacec, cujo prazo para prorrogar o contrato de compra e venda firmado com o Estado se esgotou no passado dia 20, o braço de telecomunicações do grupo bracarense entra no mar para monitorizar a Terra.

A DSTelecom acaba de lançar o primeiro protótipo do projeto K2D, na Zona Livre Tecnológica Portuguesa (ZLT), em Tróia. Acrónimo de "Knowledge and Data from tire Deep to the Space", consiste num "smartcable" que deverá permitir um conhecimento holístico dos sistemas globais da Terra, garante a empresa.

Com um sistema "único no mundo", este cabo submarino inteligente "vai permitir monitorizar os dados vitais da Terra e validar a arquitetura do sistema, composto por um repetidor de sinal e nós de monitorização que permitam a instalação de um número alargado de sensores", descreve a empresa.

"A nossa estratégia passa por aumentar o valor acrescentado dos cebos submarinos, convertendo-os não só em autoestradas de dados, mas também acrescentar a capacidade de monitorização, associando uma camada de sensorização a estes elementos que estão alojados no fundo do oceano. Isto vai permitir-nos apresentar uma solução única a este mercado e que esperamos uma disseminação global", explica Sérgio Fernandes, CTO da DSTelecom.

Na ZLT de Tróia, também conhecida como Infante D. Henri- que, a estrutura, dotada de quatro sensores, foi instalada no início do mês passado, tendo ficado submerso "durante várias semanas para validar o conceito".

Protótipo com mais sensores

Entretanto, Sérgio Fernandes avança que a empresa bracarense está "já a trabalhar no novo protótipo, com mais sensores, que poderá ser instalado a maiores profundidades, de forma a testara resistência a condições mais adversas de profundidade e pressões elevadas".

Mais: "Nesta segunda fase, o espectro de monitorização será alargado de forma a permitir a recolha de dados adicionais, nomeadamente da atividade sísmica", adianta o mesmo gestor. Liderado pela DSTelecom, este projeto está a ser desenvolvido em copromoção com a Universidade do Minho e o INESC-TEC, num investimento de cerce de 1,4 milhões de euros, dos quais quase um milhão de fundos comunitários. Desenvolvido em parceria com o MIT - Massachusetts Institute of Technology, contando ainda como CLNTAL, o AIRCenIre a Universidade dos Açores, o K2D deverá estar concluído em junho do próximo ano.

 

Fonte: Jornal de Negócios