2023-08-02

Rede móvel: 3G começa a ser deligado já este ano


A tecnologia da terceira geração móvel tem os dias contados. À semelhança do que está a acontecer a nível internacional, as operadoras portuguesas já começaram a pronunciar-se acerca dos planos de encerramento das suas redes 3G. Uma medida que surge em resposta à evolução tecnológica e ao crescente consumo de dados e de aparelhos conectados a que temos assistido.

Em alguns casos, o sinal de rede começa a ser desligado já em setembro. Contudo, dado o número considerável de assinantes que ainda utilizam a rede, o processo será gradual, prevendo-se o fim dos serviços de voz e internet móvel 3G até 2025. De acordo com dados divulgados pela ANACOM, a entidade reguladora do mercado das telecomunicações em Portugal, quase um milhão de pessoas continua a recorrer à rede 3G.

Pelo menos até setembro, nada muda para os clientes dos principais operadores nacionais, que estão agora empenhadas em manter as redes 4G e expandir o 5G, procurando garantir mais velocidade, capacidade, estabilidade, eficiência e resiliência.

Algumas das principais preocupações dos consumidores são a necessidade de compra de um novo telemóvel ou de substituição do seu cartão SIM. Conheça as respostas e as principais vantagens desta mudança.

Com o fim do 3G, é necessário adquirir um novo telemóvel?

Tudo depende da antiguidade do equipamento. Mesmo que ainda não tenham suporte a 5G, os smartphones mais recentes estão preparados para 4G. Assim, se o dispositivo for compatível com o 4G, não será necessária a aquisição de um novo aparelho.

Por outro lado, os cidadãos com equipamentos que apenas tenham acesso a redes 2G e 3G deixarão de poder navegar na Internet quando a rede 3G for encerrada. Estes, conseguirão apenas fazer chamadas telefónicas, acedendo à tecnologia 2G, enquanto os operadores mantiverem a rede ativa.

É possível manter o cartão SIM com o encerramento da rede 3G?

Se o cartão SIM for posterior a 2012, o cliente não precisa de fazer nenhuma atualização para utilizar as redes 4G e 5G. Contudo, se for anterior a esta data, deve dirigir-se a uma das lojas do operador e solicitar um novo cartão.

Todos os clientes serão avisados pelo seu operador quando o 3G for desligado e no caso de o seu cartão ser incompatível com as novas redes. Este contacto será válido tanto para clientes particulares, como empresariais.

Em que difere o 3G do 4G e 5G e que vantagens trazem para o consumidor?

Com início nos anos 2000, a tecnologia 3G é responsável por grande parte da inovação na forma como navegamos hoje na web, nas redes sociais e nos nossos smartphones. Além de permitir enviar mensagens de e-mail e SMS de forma muito mais eficiente, ofereceu possibilidades de navegação no telemóvel e em qualquer lugar – mesmo em locais onde não existia banda larga fixa - e com velocidades que atingiram os megabits por segundo, algo que nenhum sistema móvel de telecomunicações tinha conseguido até então.

Contudo, o 3G tem uma baixa velocidade média quando comparada com outras tecnologias móveis atuais mais desenvolvidas, acabando por criar alguns constrangimentos de uso para os utilizadores.

Em 2010, a tecnologia 4G — ou LTE (Long Term Evolution) -, trouxe novas possibilidades aos cidadãos, como os MMS, videochamadas, mobile TV, conteúdo HDTV, Digital Video Broadcasting (DvB), visualização de vídeos de alta definição, acesso à Internet e transferência de ficheiros mais rápidos e oito vezes mais velocidade a fazer uploads em comparação com a rede móvel 3G. Sendo, atualmente, a tecnologia com maior cobertura em território nacional, o 4G permite não só transferir dados de forma mais eficiente, como utilizar e conectar vários dispositivos tecnológicos ao mesmo tempo, sem prejudicar a ligação da rede.

Mais recentemente, surgiu o debate em torno de uma 5ª geração de comunicações móveis, que garante uma velocidade até 100 vezes maior do que as redes 4G, menor latência e tempos de resposta, e uma capacidade de densidade (conectividade) que pode chegar a um milhão de equipamentos conectados por km2 — o que significa mais rapidez e volume de transmissão de dados em simultâneo. Além disso, oferece a possibilidade de proporcionar experiências em tempo-real ou instantâneas, já que todos os dispositivos, tecnologias, aplicações e equipamentos estão conectados ao mesmo tempo.

Em Portugal, a rede 5G ainda está a ser instalada. Procurando manter-se na vanguarda e em concordância com a ambição de exportar o modelo de negócio para a conetividade móvel, a dstelecom é candidata ao projeto ‘5G for Smart Communities’ do programa CEF, cujo objetivo é financiar a implementação de infraestrutura de 5G nas zonas rurais e de baixa densidade populacional.